segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O livro que me fez mudar de ideias

A time to kill é o livro responsável por me fazer desistir da ideia de ser advogada. Aconselho vivamente a sua leitura.

Este best seller aborda um assunto sensível que nos arrasta desde 1800 até ao presente. O racismo entre a sociedade branca e negra.
A história remete-nos a uma América  xenófoba, onde um pai que faz justiça pelas próprias mãos. A sua filha de apenas dez anos é violada e mal tratada por dois homens brancos, bêbedos e racistas na cidade de Canton, Mississipi. 
Ao ver a inocência da sua filha usurpada de forma tão violenta, Carl Lee, o pai, dispara com uma metralhadora à entrada do julgamento, matando assim os violadores e acaba por deixar um polícia branco que os acompanhava, deficiente.

Assim, o livro acaba por não   retratar um crime, mas sim dois, o de violação, arquivado devido à morte dos seus praticantes e o de duplo homicídio retratando tensões sociais. Numa comunidade predominantemente branca, os assassinatos dos dois jovens, fez com que se criasse uma grande controvérsia. Para alguns era um ultraje e para outros justiça. Já a comunidade negra a acção de Carl Lee foi a merecida.
Aparece entao Jake, um advogado, branco, novo e ansioso por um caso polémico. Porém este poderia fazer ou destruir completamente a sua carreira. Como uma montanha russa, Jake tenta parar a viagem de Carl Lee rumo à câmara de gás. O caso era tão complexo e controverso que acaba por incomodar a Klan (KKK), uma organização anti negros.

Todas estas coincidências provocadas por John Grisham induzem a uma revolta de consciências, pois o polícia ferido apresenta-se como uma testemunha de defesa, relatando que faria o mesmo se a sua filha fosse estuprada. Toda a trama põe em causa a justiça dos homens, a lei, a pena de morte e tudo o que a nossa consciência nos revela.





"Que parte nossa busca a verdade? Nossa mente ou nosso coração? Eu quis provar que um negro podia ser julgado com justiça no sul... que somos todos iguais aos olhos da lei. Não é verdade, porque os olhos da lei são humanos. Os de vocês e os meus. E até podermos nos ver como iguais, a Justiça nunca será imparcial. Ela continuará sendo um reflexo de nossos preconceitos. Até lá, temos o dever, perante Deus, de buscar a verdade. Não com nossos olhos, com nossas mentes, porque o medo e o ódio fazem surgir o preconceito do convívio, mas com nossos corações, onde a razão não manda"...

Sem comentários: